z-logo
open-access-imgOpen Access
Travessias atlânticas e “arte negra”
Author(s) -
Elena O’Neill
Publication year - 2022
Publication title -
modos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2526-2963
DOI - 10.20396/modos.v6i1.8667206
Subject(s) - humanities , art
Protestos contra o racismo, derrubada de estatuas de traficantes de escravos, requisições e promessas de restituição de artefatos africanos aos seus países de origem por parte de museus europeus foram alguns dos eventos que tiveram lugar em 2020. Mais recentemente, vários monumentos e memoriais que valorizavam o colonialismo europeu foram vandalizados ou derrubados na Colômbia no meio de protestos contra a atual administração; o ataque ao monumento a Borba Gato no bairro de Santo Amaro em São Paulo é mais um na lista de ações contra símbolos coloniais. No contexto de persistência das doutrinas sobre desigualdades raciais, esses eventos tornam necessário pensar algumas exposições com maior profundidade. Este artigo analisa algumas exposições de “arte negra” em Nova York e Montevidéu como exemplos da construção de um olhar estetizante, nem neutro nem espontâneo. Essa perspectiva construída foi forjada no início do século 20, no contexto de uma África colonizada, por meio de ações concretas e deliberadas iniciadas por um pequeno grupo de artistas de vanguarda, críticos, colecionadores e marchands. Sua responsabilidade na escolha das obras, nas exposições que organizaram e nas obras que publicaram, aponta para uma construção do “cânone” das artes africanas que sobrevive no Ocidente até hoje.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here