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Cartografia imaginária e geopolítica das artes
Author(s) -
Marcos Pedro Magalhães Rosa
Publication year - 2021
Publication title -
modos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2526-2963
DOI - 10.20396/modos.v5i2.8664153
Subject(s) - humanities , art
Baseado nos catálogos das Bienais de São Paulo da década de 1950, identifico uma dominação artística francesa sobre o mundo “ocidental”, articulada na forma pela qual se narrava e pela qual se entendia a história da arte do século XX. Nesses discursos, a cidade de Paris figurava como um símbolo, internacionalmente compartilhado e capaz de indexar toda a história da arte moderna. A quinta Bienal (1959) é um evento crítico, no qual a França se recusou a participar com obras do século XX. Uma ausência institucional, que não correspondeu ao elevado número de citações que a cidade luz obteve nos textos de vários outros países, como, por exemplo, os EUA. Foi nessa meia-ausência de Paris, que uma produção jovem, aficionada pelas manchas e pelos gestos evidentes, dominou o evento tornando difícil, a diversos observadores, distinguir onde começava e onde terminava a delegação de cada nação e levando esse evento a ser apelidado de “Bienal Tachista”. Essa homogeneidade possibilitou às regiões periféricas se apresentarem, pela primeira vez, confiantes de que suas produções não denunciavam mais um déficit em relação às grandes potências.

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