
Circulando imagens e tecendo redes no Território Indígena do Xingu
Author(s) -
Luiza Serber
Publication year - 2020
Publication title -
maloca
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2675-3111
DOI - 10.20396/maloca.v3i00.13497
Subject(s) - humanities , art
Guiada pela busca por apreender as dinâmicas de produção e circulação imagética no universo xinguano, transitei por diferentes regiões da bacia do Rio Xingu, presenciando variadas situações nas quais a produção audiovisual assume nas aldeias uma posição central. Nesta trajetória, Alto, Médio e Baixo Xingu emaranhavam-se numa trama costurada por variadas formas de fazer, pensar, ver e circular filmes – transpondo, assim, limites convencionalmente sustentadas pela etnologia da região. A presente reflexão se constitui como um esforço por tecer um conjunto heterogêneo de observações que resultam de uma série de incursões a alguns dos povos que hoje integram o Território Indígena do Xingu (TIX). Neste ensaio, procuro delinear os contornos de um circuito imagético que se configura entre as diferentes aldeias xinguanas e que, sugiro, gera efeitos sobre o estabelecimento de relações, bem como sobre a transposição e redefinição de fronteiras, entre os povos do TIX. Partindo de minhas observações de campo, proponho que a rede regional xinguana se encontra hoje “amarrada”, não apenas por trocas comerciais, casamentos, acusações de feitiçaria e experiências políticas conjuntas, mas, também, por uma experiência partilhada de uso do vídeo.