
A formação de cidades ribeirinhas no Araguaia a partir de presídios militares — século XIX
Author(s) -
Francisquinha Laranjeira Carvalho
Publication year - 2017
Publication title -
labor and engenho
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-8846
pISSN - 1981-1152
DOI - 10.20396/labore.v11i2.8649746
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O presente artigo aborda o Rio Araguaia como o caminho, a estrada para o desenvolvimento do comércio, na segunda metade do século XIX. A navegação fluvial brasileira apresenta-se, nesse período, como meio de propiciar condições de vida aos moradores das cidades mais afastadas dos principais centros comerciais e próximas dos rios, fundamentadas no intercâmbio comercial mais efetivo com o exterior. Na primeira metade do século XIX, os receios de invasão externa através dos rios levaram o príncipe D. João VI, em 1809, a viabilizar a política de defesa e proteção do Território Imperial através da implantação de Presídios Militares nos principais rios brasileiros. No vasto sertão do Araguaia, essas tentativas foram frustradas em vista da não permissão dos povos indígenas — Xavantes, Caiapós, Karajás, Javaés, Xambioás e outros, que viviam agrupados em aldeias, avessos à entrada de outros povos de culturas distintas. Na segunda metade do referido século, o governo Imperial, ciente da impossibilidade de desenvolver o comércio via fluvial, optou por adotar a política de Implantação de Presídios Militares com a pretensão de criar os Portos de Embarques e Entrepostos Comerciais para garantir a navegação comercial e a formação de cidades beiras. Uma saída em duplo sentido, para possibilitar uma ligação com o litoral e salvar a Província do marasmo em que se encontrava.