
Entrevista com Maurizio Lazzarato
Author(s) -
Gustavo Bissoto Gumiero
Publication year - 2017
Publication title -
idéias
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2179-5525
pISSN - 0104-7876
DOI - 10.20396/ideias.v7i2.8649504
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Maurizio Lazzarato, filósofo e sociólogo italiano, é um dos maiores críticos do capitalismo da atualidade. Em sua juventude, na Itália, estudou Ciências Políticas na Università di Padova e participou ativamente da autonomia operaia, movimento de grandes lutas operárias que ocorreram principalmente no norte da Itália, demonstrando seu forte engajamento político. Forçado a se exilar na França, em 1982, lá começava uma nova etapa em sua vida. Depois de ter exercido diversos tipos de trabalho nos primeiros anos – para ele, duros no sentido econômico, mas divertidos do ponto de vista de experiência de vida –, ingressava na Université Paris 8. A partir de então, Lazzarato será cada vez mais influenciado pelo pensamento da dupla de pensadores Gilles Deleuze e Félix Guattari, cujo resultado aparecerá em suas obras mais recentes, como Signos, máquinas, subjetividades. No Brasil, sua pesquisa é conhecida de forma segmentada, parcelar. Suas únicas obras publicadas até 2010 eram Trabalho imaterial e As revoluções do capitalismo, cujas páginas estão longe de representar a plenitude do pensamento mais recente de Lazzarato. Sobre o conceito do “trabalho imaterial”, largamente discutido no Brasil, é necessário salientar que foi usado somente em seus primeiros escritos, e nunca mais retomado pelo autor, que recusa fortemente a ideia dos desdobramentos posteriores de tal conceito, como “trabalho cognitivo”.