
A auto-organização como mecanismo para a resolução da variação linguística
Author(s) -
Marco Antônio de Oliveira
Publication year - 2016
Publication title -
cadernos de estudos lingüísticos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2447-0686
pISSN - 0102-5767
DOI - 10.20396/cel.v58i3.8647224
Subject(s) - humanities , philosophy , psychology
Este texto examina as maneiras pelas quais a variação linguística tende a ser resolvida. Para tanto adoto, de início, a perspectiva da linguagem como um sistema adaptativo complexo. Nessa perspectiva a linguagem é considerada também como um sistema não linear e dissipativo, que interage com o ambiente em que ocorre. A auto-organização é entendida aqui, de acordo com Camazine et. al. (2001), como a emergência de uma ordem mais alta que se estabelece a partir da interação entre elementos mais baixos do sistema e que tem como mecanismo central a retroalimentação. A alegação principal desse texto é a de que um sistema linguístico que tenha sido perturbado por algum tipo de retroalimentação positiva acabará recuperando, ao longo do tempo, sua estabilidade através de uma retroalimentação negativa, sob a ação de atratores periódicos e não periódicos. Alguns casos de variação linguística no português brasileiro são retomados aqui para dar suporte à minha alegação principal. Ao final, apresento a sugestão de que o efeito dos atratores não periódicos tem precedência sobre a atuação de atratores periódicos, o que apoia a ideia de que qualquer análise da variação linguística deve considerar os aspectos etológicos e ecológicos da questão.