z-logo
open-access-imgOpen Access
Processos de vulnerabilização e desigualdades abissais: seria a terra plana e o coronavírus redondo?
Author(s) -
Sérgio Portella,
Simone Santos Oliveira
Publication year - 2021
Publication title -
vértices
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1809-2667
pISSN - 1415-2843
DOI - 10.19180/1809-2667.v23n12021p315-324
Subject(s) - humanities , covid-19 , art , medicine , disease , pathology , infectious disease (medical specialty)
Em um mundo construído por processos de vulnerabilização e desigualdades abissais, poderíamos classificar a pandemia do Covid-19 como um desastre biológico natural? O processo de naturalização das crises provocadas pelas emergências sanitárias, como a pandemia, ou de desastres em geral, é uma tendência no modo como a imaginação ocidental trata desses problemas. A construção de comunicação sobre a pandemia segue essa tendência e podemos seguir essa naturalização, como um modus operandi, seja em uma pandemia, seja em um desastre, quando chamado de natural. Este ensaio segue esse modus operandi no seu passo a passo para a pandemia do coronavírus. Como se naturaliza um desastre ou uma pandemia? O ato de naturalização dos eventos extremos, busca justamente estabilizar fatos. Esse “natural” seria indiferente à ação humana, amoral, atemporal, e caracterizado por um automatismo comandado por leis alegadamente imutáveis – físicas, naturais ou tão imutáveis quanto: de Deus. Fica bem claro que natural e divino são aqui sinonímias. Naturalizar, objetivar, coisificar, reificar, dar contornos, limitar, isolar: é assim que se constroem fatos e suas naturezas! Mas aqui, também temos a invisibilização dos processos de vulnerabilização das populações: a crença num mundo plano e num vírus redondo!

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here