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Saída do segundo armário: análise das narrativas autobiográficas de Felipe Mastrandéa
Author(s) -
Robson Evangelista dos Santos Filho,
Mariana Ramalho Procópio Xavier
Publication year - 2020
Publication title -
intexto
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1807-8583
DOI - 10.19132/1807-8583202050.243-262
Subject(s) - humanities , physics , philosophy
No presente artigo, apresentamos uma discussão sobre visibilização de temáticas da esfera do privado (SENNETT, 1988) e do segredo (SEDGWICK, 1990), por meio da análise de narrativas autobiográficas de Felipe Mastrandéa em seu canal no YouTube, em que o vlogger revela ser soropositivo. A partir dessa análise, objetivamos perceber como se dá a construção dessas videografias de si (COSTA, 2007; 2009), assim como a saída do chamado segundo armário (MISKOLCI, 2012a). Para tanto, recorremos a bibliografias sobre diários contemporâneos na internet e sobre o HIV e, uma vez que esse vírus, assim como outras questões relacionadas ao sexo, é alocado no âmbito do sigilo, principalmente em razão do estigma a ele atribuído historicamente, abordamos temas como público versus privado, exposição de intimidade e regimes de visibilidade, valendo-se das contribuições de Arfuch (2010), Bruno (2013), Sibilia (2003; 2016), Goulemot (2009), Ranum (2009), Foisil (2009), dentre outros autores. Como principais resultados, percebemos que as videografias são marcadas por um imbricamento do público e do privado. Neste caso específico, o domínio pessoal é publicizado com função estratégica, para adquirir visibilidade e manter um status de webcelebridade. No entanto, essa revelação é parcial, uma vez que Felipe Mastrandéa confere mais importância à exposição da identidade homossexual e menos à soropositividade. Além disso, contar que convive com HIV poderia ser utilizado por ele como um posicionamento contra discursos preconceituosos e discriminatórios, entretanto, o vlogger acaba, na contramão, reforçando os estereótipos relativos à promiscuidade e à irresponsabilidade.

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