A Casa dos Arcos na história do cinema de Brasília

Brasília foi projetada sobre o solo seco do cerrado e construída pelas mãos daqueles que viam além do hoje. Ela foi perpetuada pelas lentes que capturavam a luz da capital e o suor que molhava o chão. Este artigo propõe uma reflexão sobre essa relação: da arquitetura com o cinema, nos primórdios de Brasília. Para isso, vai estreitar o olhar sobre uma obra específica: a Residência Nivaldo Borges, cuja construção foi iniciada em 1972. A Casa dos Arcos, como ficou popularmente conhecida, possui uma história marcante, desde seu projeto do arquiteto Lelé, sua construção, mas também por seu vínculo com a história cinematográfica da Capital Federal. Pela abordagem das questões ligadas à importância da preservação da memória do cinema de Brasília e dos locais que ainda existem e ajudam a perpetuá-la, simbolizando o enlace entre cinema, arquitetura e memória, espera-se com este trabalho trazer à tona parte do valor que esta construção icônica da cidade possui. Para tanto, é feito o registro de sua história, valores e conexão com a difusão da arte cinematográfica. Para execução do trabalho foram realizadas: revisão bibliográfica, visitas à construção e entrevistas com os atuais proprietários, descendentes diretos do construtor original.