
Discurso directo
Author(s) -
Luís Urbano
Publication year - 2020
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1679-0944
DOI - 10.18830/issn.1679-0944.n24.2019.02
Subject(s) - humanities , art , movie theater , art history
O texto discute a arquitetura cenográfica enquanto arquitetura de fato, arquitetura real. Para construir este argumento, trabalha-se a ideia de que a cultura arquitetônica é majoritariamente construída a partir de representações, sendo o cinema aquela que mais se aproxima da experiência real, pois se constrói com o movimento. No cinema, a percepção do espaço é intencionalmente construída e vivenciada pela arquitetura cenográfica, o que permite uma identificação com os personagens porque eles são coincidentes com o espaço arquitectónico que habitam. Também debate a influência do cinema na arquitetura e suas limitações, a arquitetura e o cinema enquanto contadores de histórias, e o descompasso entre os desejos e projeções do arquiteto e a realidade, muito mais diversa e mutante. Assim, instiga-se que os arquitetos devem projetar um edifício, construí-lo e depois libertá-lo para a vida. O texto debate, ainda, a arquitetura enquanto imagem e a perda de simbolismo na cidade contemporânea e as tentativas do pós-modernismo de problematizar a questão. Por fim, o texto narra as intenções do curta-metragem Sizígia, filmado nas Piscinas das Marés, projeto de Álvaro Siza.