MEMÓRIA E IDENTIDADE NA TESSITURA DO EU FEMININO EM DESPIDA, DE INÊS PEREIRA MACIEL

Este trabalho tem por objetivo analisar a relação entre memória e identidade na representação da figura feminina na obra Despida, da escritora maranhense Inês Pereira Maciel. A relação entre memória e identidade perpassa pela condição do sujeito de retraçar episódios dispersos do seu passado, como uma tentativa de compreensão de si mesmo. Para tanto, os episódios compartilhados com os membros da família, os emblemas (fotografias, objetos da sala de estar, dos quartos, as flores do jardim), bem como os lugares de vivências individuais e coletivas, em constante interação com o meio, as pessoas e com a vida, são aspectos salutares na ressignificação do vivido do eu que se pronuncia. A pesquisa é qualitativa, fundamentada na visão de Maurice Halbwachs (2006), Eclea Bosi (2003), Joel Candau (2012), no que se refere à memória; para a construção da identidade feminina usamos o pensamento de Zinani (2006), Rocha-Coutinho (1994), dentre outros. A obra Despida engloba poemas que tratam de perdas, tristezas, mas, sobretudo dos afetos do eu lírico feminino em torno dos elementos constitutivos da sua condição de existência, perpassando por uma subjetividade que evidencia a condição de ser mulher.