
UM ESTUDO HISTÓRICO E ANTROPOLÓGICO SOBRE O FILME BOLIVIANO LA NACIÓN CLANDESTINA
Author(s) -
Roseline Mezacasa
Publication year - 2012
Publication title -
outros tempos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1808-8031
DOI - 10.18817/ot.v9i14.7
Subject(s) - humanities , art
No presente texto, buscam-se algumas aproximações entre história, antropologia e cinema a partir da análise do filme boliviano ”La Nación Clandestina”, produzido pelo cineasta Jorge Sanjinés e lançado em 1989. O filme retrata elementos históricos e culturais do povo Aymara, tendo como protagonista Sebastián, membro deste grupo étnico. Por meio desta personagem principal, o cineasta monta uma trama de tensões e conflitos interétnicos, evidenciando as complexas relações entre indágenas e não indágenas, diante do contexto do golpe militar na Bolávia na década de 1960. Uma caracterástica associada ao cinema produzido por Jorge Sanjinés é o realismo italiano, que almejava produções fálmicas junto ao povo, mostrando as realidades sociais e poláticas nos mais variados espaços. O filme busca as relações existentes no interior da comunidade Aymara, sua cosmologia, estrutura de organização social, práticas e rituais feitos pelos indágenas, para, então, fazer o paralelo com a sociedade não ándia da Bolávia, que transforma em clandestinidade práticas produzidas há séculos pelos grupos étnicos. Daá o nome ”La Nación Clandestina”, pois apresenta uma Bolávia indágena que se torna clandestina dentro de seus próprios territórios imemoráveis. Abordar-se-á essa produção fálmica pelo viés da antropologia do colonialismo, tendo em vista a permanência do colonialismo interno na Bolávia após os processos de independência. O filme é permeado de complexidades e possibilita reflexões importantes para pensar as relações entre os universos indágenas e os não indágenas, dentro de um Estado-Nação que produz no seu interior ”nações clandestinas”.