
A “retórica cortês” e suas sutilezas
Author(s) -
Lênia Márcia Mongelli
Publication year - 2020
Publication title -
brathair
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1519-9053
DOI - 10.18817/brathair.v20i1.2447
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Os dois termos que compõem a expressão “retórica cortês”, em geral referindo a produção lírica dos trovadores e a prosa de ficção do romance medieval, têm implicações muito específicas: o primeiro remonta à antiguidade greco-romana e foi retomado, com acréscimos e novidades, pelas Artes Poéticas dos séculos XII e XIII; o segundo, cunhado por Gaston Paris em 1883, traz imbricado em si o derivado “cortesia”, com suas normas comportamentais que guiaram a sociedade aristocrática e cavaleiresca nas cortes senhoriais do medievo. Para exemplificar as sutilezas de concepção e de estilo que podem resultar da aplicação deste modelo retórico às cantigas galego-portuguesas, tomamos o texto “Senhor genta” (atribuído a João Lobeira, ativo na segunda metade do século XIII), e a segunda versão dele, “Leonoreta, fin roseta”, inserta no Amadis de Gaula (1508).