A nau dos insensatos

O depoimento se refere à EMEF Desembargador Amorim Lima, no Butantã, em São Paulo. Foi escrito pelo pai de um dos alunos, e se constitui numa apresentação pessoal sobre essa instituição que tem como referência a Escola da Ponte, em Portugal. Segundo o autor, reformulando profundamente o funcionamento da escola, o novo projeto foi aprovado pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo em 2004. Seus objetivos principais eram proporcionar formação global de todos os envolvidos; construir autonomia moral e intelectual dos estudantes; garantir direitos de educação de qualidade com período completo de aulas; incentivar o compromisso com o conhecimento; estimular e orientar o trabalho em grupos; promover a convivência com responsabilidade; assegurar o respeito aos tempos e processos individuais. Para tanto, esbarrou-se no terreno frágil de algumas utopias: da construção da cidadania; da inclusão; da participação da comunidade; da construção da cidadania por meio da prática democrática; do conhecimento solidário; do advento do Educador Público. Em seu texto, o autor faz alguns destaques, por exemplo: o conselho da escola é de formação paritária – sete representantes dos professores, sete dos pais, sete dos funcionários e sete dos alunos, imprescindível numa construção democrática. O Conselho da escola discute as transformações, bem como, aprova e consolida o PPP (Projeto Político Pedagógico) e o Regulamento Interno. Destaca também o espaço de tutoria como um dos instrumentos fundamentais para o advento do Educador Público integral e do aluno integral – adventos simultâneos e inseparáveis. O autor conclui que, se a metodologia aplicada na escola não é uma garantia, trata-se de uma engenhosa e poderosa contribuição à construção da escola democrática e cidadã que almejamos. Se, como bem sabemos, a distância até ela é ainda bastante longa, pois demos somente umas poucas braçadas, torna-se cada vez mais claro para onde remar.