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O que se diz sobre a escola pública de horário integral
Author(s) -
Lúcia Velloso Maurício
Publication year - 2006
Publication title -
cadernos cenpec
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2237-9983
DOI - 10.18676/cadernoscenpec.v1i2.173
Subject(s) - humanities , philosophy
O texto apresenta e reflete sobre aspectos positivos e negativos apontados por diversos autores a respeito dos CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública). Os CIEPs foram construídos no Estado do Rio de Janeiro por meio do Programa Especial de Educação (I PEE, de 1983 a 1986, e II PEE, de 1991 a 1994), que tinha como objetivo implantar educação pública em tempo integral para o ensino fundamental em 500 unidades escolares. Entre as criticas desfavoráveis, estão a ausência de transparência em relação a custos, a critério de localização, a número de escolas concluídas e de alunos atendidos. Outro aspecto negativo foi a inviabilidade: o custo muito alto com incerteza de benefícios inviabilizava a universalização da escola de horário integral no ensino fundamental. Outra crítica foi a contradição observada entre o discurso da equipe central do PEE e a prática das escolas, ou entre o discurso e a prática dos professores. Três aspectos positivos merecem destaque: a satisfação dos pais, que tranquilizavam-se em ter os filhos na escola em tempo integral; o horário do professor que permitia intervalos para planejamento, preparação de material didático e aperfeiçoamento profissional; a discussão da escola pública suscitada pela proposta dos CIEPs. No que diz respeito aos usuários, foi desenvolvida uma pesquisa de campo com a finalidade de identificar a representação social que os professores, funcionários, alunos e pais tinham da escola de horário integral que frequentavam. A pesquisa ocorreu em quatro escolas do Rio de Janeiro, duas estaduais e duas municipais. Foram feitas 30 visitas a escolas e aplicados 568 questionários. Nesse quesito, observou-se que o discurso dos pais e dos alunos deixou claro o reconhecimento da função e da necessidade da escola e, implicitamente, que há diferentes padrões de qualidade entre as instituições. A representação dos pais, partilhada pelos alunos, está centrada na satisfação/prazer. Tem como núcleo a ideia de lazer que se relaciona com futuro e educação. Também salientaram a função da escola, estudar e seu instrumento, e o bom professor. O texto conclui que para a aproximação entre as duas concepções de função de escola – a de local de convivência e a de utilidade econômico-social – faz-se necessário a interação entre escola e comunidade, instâncias de participação e decisão dos pais, e de todos os espaços cotidianos que favoreçam a inclusão da expectativa dos pais no projeto pedagógico da escola.

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