
Gerencialismo e avaliação em larga escala: análise da política de resultados na educação básica
Author(s) -
Maria de Fátima Cóssio,
Antônio Cardoso Oliveira,
Aisllan Augusto de Souza
Publication year - 2014
Publication title -
educação
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1981-8106
pISSN - 1517-9869
DOI - 10.18675/1981-8106.vol24.n47.p137-155
Subject(s) - political science , humanities , philosophy
Este trabalho visa analisar as repercussões da política de avaliação em larga escala na escola e no trabalho docente, bem como as suas relações com a redefinição do papel do Estado e da gestão pública. Analisa-se que o modelo de gestão pública assumida pelos governos em geral e pelo governo federal em especial identifica-se com o gerencialismo que, por sua vez, adota princípios empresarias para imprimir maior eficácia e eficiência na máquina pública, utilizando-se da lógica de resultados que incentivam a competitividade e a concorrência nos diferentes setores estatais. Maroy (2011) situa o gerencialismo na perspectiva da “governança pós-burocrática”, onde se localiza o modelo de “Estado avaliador” ou a “governança por resultados”. Na educação brasileira identificam-se as concepções gerencialistas na intensificação dos instrumentos de avaliação externa; na centralidade na gestão estratégica das redes e escolas, priorizando a melhoria dos resultados, especialmente do IDEB. O estreitamento curricular é um dos exemplos mais evidentes dos efeitos desse modelo, ou seja, a redução do trabalho docente ao preparo dos estudantes para as provas torna as avaliações nacionais o cerne do trabalho dos professores, fragilizando a autonomia e a autoria pedagógica.