
Acessibilidade e qualidade de vida de pessoas em situação de rua e a atenção primária
Author(s) -
Lauro José Franco Melo,
Francisca Bruna Arruda Aragão,
José Henrique da Silva Cunha,
Tânia Gomes Carneiro,
Regina Célia Fiorati
Publication year - 2021
Publication title -
revista família, ciclos de vida e saúde no contexto social
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2318-8413
DOI - 10.18554/refacs.v10i1.5051
Subject(s) - humanities , physics , philosophy
Trata-se de um estudo transversal do tipo exploratório e descritivo, de abordagem quali-quantitativa, realizado em 2018, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, com objetivo de conhecer condições de saúde e o acesso à atenção primária à saúde das pessoas em situação de rua. As técnicas de coleta de dados foram: análise documental, aplicação de questionário sociodemográfico, de qualidade de vida (WHOQOL-Bref) e entrevistas semiestruturadas audiogravadas. Os dados quantitativos receberam tratamento por estatística descritiva e os dados qualitativos foram interpretados seguindo a análise de conteúdo temática. Participaram 60 pessoas na fase quantitativa e 15 pessoas na fase qualitativa. Os resultados referentes aos dados sociodemográficos obtiveram o seguinte perfil: gênero masculino (85%); 50% pardos, 28,3% brancos e 20% negros; solteiros (48,3%), com primeiro grau incompleto (58,3%) e 10% analfabetos; na renda, 36,6% recebem até R$ 100,00 por mês e 60,0% até 1 salário mínimo. Entretanto, observa-se que 53,3% realizam trabalho informal e 30% se encontram desempregados. As médias foram regulares ou ruins em todos os domínios de qualidade de vida. No domínio “físico” a média foi 62,6%, no “psicológico” 64%, em “relações sociais” 35,6%, e no “ambiental”, 41,6%. Na autoavaliação sobre qualidade de vida, a média encontrada foi de 51,5%. Emergiram quatro categorias: "Política pública de saúde em Ribeirão Preto"; "Autoavaliação das condições de saúde-doença"; "Avaliação do acesso e assistência à saúde"; e "Barreiras ao acesso à Atenção Primária à Saúde. O acesso é restrito aos serviços de saúde e em geral não ocorre na atenção primária e sim nos serviços de urgência e emergência, tem como dificultadores: ausência de políticas públicas específicas, exigência de comprovante de residência e documentação, desumanização, e atitudes preconceituosas por parte de alguns profissionais de saúde.