z-logo
open-access-imgOpen Access
O “CAMINHO FUNDO”: hISTóRIA E SENTIDO DE PERTENÇA NA COMUNIDADE DO CIgANO, (TRACUATEUA-PA, ENTRE COLÔNIA, IMPéRIO E REPúBLICA)
Author(s) -
Danilo Silveira,
Fabrício R. Santos
Publication year - 2018
Publication title -
nova revista amazônica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2318-1346
DOI - 10.18542/nra.v6i1.6223
Subject(s) - humanities , geography , art
O texto aborda o processo histórico, permeando questões identitárias e de territorialidades, em meandros do movimento social e em torno da construção do sentido de pertencimento afrodescendente – remanescente de quilombolas – em comunidade rural, no interior do município de Tracuateua-PA., cidade limítrofe à Bragança, da qual emancipou-se em 1994. Geograficamente, está na Microrregião Bragantina, Nordeste Paraense – Amazônia oriental. Cronologicamente, entre Colônia, Império e República, estuda-se a trajetória de ocupação das terras, hoje reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares (FCP), a partir de um dado espaço do sertão amazônico. Ainda é possível localizar um trecho do antigo “caminho fundo”: uma trilha por entre as matas, que de tanto os negros trafegarem por ali, o chão afundou-se. Na Comunidade do Cigano, distante cerca de 5 km da “sede” tracuateuense, assenta-se a Associação Remanescente Quilombola do Cigano (ARQUIC), presidida por Oscimar Hermínio Ribeiro, filho de Atanásia Hermínia Ribeiro, descendentes de negros cativos que fugiram da escravidão e se alojaram no território conhecido atualmente como Jurussaca e espraiaram-se pelos arredores circunvizinhos. Neste ínterim, múltiplos atores sociais engendraram suas vivências em contato com esse caminho: linhagens ameríndias, escravos, forros, libertos, livres, cafuzos, mamelucos, ciganos, ribeirinhos, caboclos, agricultores familiares, pescadores, caçadores. Enfim, à memória dos sujeitos, o contexto de ocupação do espaço abarca grande diversidade decenários naturais, mas igualmente paisagens antrópicas, palcos de diversificadas relações étnicorraciais e culturais: sertão amazônico, campos inundáveis, manguezais, praias, ilhas, matas, capoeiras; mas também sesmarias da coroa portuguesa, aldeias indígenas, mocambos, acampamentos ciganos, comunidades extrativistas e, finalmente, áreas de remanescentes “calhambolas”.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here