
A escrita engajada de Pagu contra a opressão de classe social, gênero e raça em Parque Industrial
Author(s) -
Francielie Moretti,
Felipe dos Santos Matias
Publication year - 2021
Publication title -
moara
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2358-0658
pISSN - 0104-0944
DOI - 10.18542/moara.v0i59.11752
Subject(s) - humanities , sociology , art
O presente artigo apresenta um estudo analítico da obra Parque Industrial (1933), da escritora Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), popularmente conhecida como Pagu, dialogando com as considerações teórico-críticas sobre engajamento propostas pelo filósofo francês Jean-Paul Sartre, em Que é a literatura? Pagu faz uma crítica ao intenso processo de industrialização desumanizadora característico das primeiras décadas do século XX no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo, evidenciando o abismo entre os privilégios usufruídos pela classe dominante e a miséria vivida pelos trabalhadores. A partir da análise realizada, pode-se dizer que a narrativa de Parque Industrial expõe os dramas vividos pelo proletariado no sistema capitalista, explorado à exaustão. A obra realiza também uma problematização a respeito do feminismo burguês no país, que tendo como principais pautas o sufrágio feminino e o direito das mulheres ao trabalho, mostrava-se alheio à realidade vivenciada pelas proletárias, principalmente em relação ao racismo enfrentado pelas mulheres negras.