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SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DA MASTOFAUNA UTILIZADOS PELAS COMUNIDADES LOCAIS DO PARQUE NACIONAL DA QUIÇAMA, ANGOLA
Author(s) -
Franciany Braga,
Rômulo Romeu da Nóbrega Alves,
Heliene Mota
Publication year - 2017
Publication title -
ethnoscientia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2448-1998
DOI - 10.18542/ethnoscientia.v2i1.10186
Subject(s) - humanities , geography , political science , art
Muitos cientistas estão motivados a entender como as pessoas classificam espécies, concentrando seus esforços nas chamadas taxonomias folk. Com o propósito de melhor compreender e colaborar com pesquisas relacionadas ao assunto, este estudo visou identificar as classificações de etnoespécies de mamíferos silvestres utilizadas por moradores do Parque Nacional da Quiçama (PNQ), Luanda- Angola. Para o levantamento de dados, foram selecionadas 27 informantes. Para registrar os nomes vernaculares das etnoespécies presentes no PNQ realizou-se entrevistas semiestruturadas e checklist com estímulo visual e ‘‘turnê-guiada’’. Os dados foram analisados qualitativa e quantitativamente, buscando representar o consenso entre os informantes entrevistados. Foram registradas 48 etnoespécies de mamíferos, classificadas principalmente devido a aspectos morfológicos, seguidos pelos ecológicos e socioculturais. Critérios morfológicos encontrados estão associados à cor, tamanho, morfometria, ou por outra característica típica do corpo do animal. Como critério ecológico observou-se nomenclaturas relacionadas ao habitat do animal, ou se este está sozinho ou em grupo. Por exemplo, duas espécies de esquilos (nome em português), são classificadas de acordo com sua coloração e organização social, sendo assim chamadas de 1) Dicama (um único animal) ou macama (um grupo de animais)- em que ‘cama’ refere-se a uma coloração vermelha, e 2) Dibuco (um único animal) ou mabuco (em grupo de animais)- em que ‘buco’ refere-se a uma coloração castanha. Por vezes nomes binominal também são utilizados para especificar melhor determinada espécie. Aspectos socioculturais como localização e urbanização da comunidade também são responsáveis por influenciar na classificação das espécies. Observa-se, portanto neste estudo que além das características morfológicas e ecológicas , aquelas ligadas á sociedade e cultura também são utilizadas nos sistemas de classificações dos mamíferos pelas comunidades humanas do Parque Nacional da Quiçama.

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