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O TERRITÓRIO SAGRADO PANKARARÉ NA CIÊNCIA DO AMARO
Author(s) -
Alzení de Freitas Tomáz,
Juracy Marques
Publication year - 2019
Publication title -
ethnoscientia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2448-1998
DOI - 10.18542/ethnoscientia.v0i0.10251
Subject(s) - humanities , geography , art
Os Pankararé, situados no Raso da Catarina, Bahia, na região do Semiárido brasileiro, constituem uma das etnias mais antigas do Rio São Francisco e foram chamados em tempo pretéritos de índios dos Currais dos Bois. A pesquisa com bases etnográficas e cartografia social, técnicas de geoprocessamento, iconografias e fotografias, investigou o território sagrado composto por valores simbólicos na “ciência do índio” por meio da dança do Toré, do ritual dos Praiás e da Mesa da Ciência, os quais constituem elementos simbólicos da etnicidade Pankararé e sustentam a capacidade de resistência na luta pelo território, sob a negligência do Estado que mantém a presença de posseiros no território indígena sob pretexto que estes, já “assimilados”, não poderiam ter terras demarcadas. Uma das razões estava associada à criação da Estação Ecológica do Raso da Catarina, bem como a manutenção de sistemas agrários duvidosos. A dívida histórica do Estado para com os Pankararé remete ao problema da desintrusão de não indígenas, à ampliação do território e autorização para o acesso a lugares sagrados, como mecanismo de manutenção de uma memória holística, identidade e tradições Pankararé.