
Resiliência socioecológica em comunidades deslocadas por hidrelétricas na Amazônia:
Author(s) -
Berenice Simão,
Simone Athayde
Publication year - 2016
Publication title -
sustentabilidade em debate
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.156
H-Index - 2
eISSN - 2179-9067
pISSN - 2177-7675
DOI - 10.18472/sustdeb.v7n2.2016.17850
Subject(s) - hydroelectricity , relocation , social capital , psychological resilience , negotiation , sociology , citizen journalism , geography , political science , environmental planning , social science , ecology , psychology , computer science , law , psychotherapist , biology , programming language
Este artigo apresenta um estudo interdisciplinar sobre processos de adaptação e resiliência cultural em situações de deslocamento e reassentamento forçado de grupos sociais por implantação de hidrelétricas na Amazônia. São apresentados resultados de uma pesquisa participativa realizada entre a comunidade de Nova Mutum Paraná, Rondônia, após seu deslocamento forçado devido à construção da Hidrelétrica de Jirau. A abordagem teórica integra conceitos das teorias dos sistemas socioecológicos complexos com conceitos originários no corpo teórico da antropologia do desenvolvimento. Métodos incluíram observação participante, oficinas participativas e atividades com grupos focais por um período de quase três anos logo depois do reassentamento. Foram pesquisados o processo de reorganização social e as estratégias de negociação da comunidade com o consórcio construtor, relacionadas ao acesso a recursos de uso comum, priorizando dois espaços de lazer e importância cultural: balneário natural e campo de futebol. Resultados sugerem que o capital social presente na comunidade nas fases iniciais de planejamento e tomada de decisão para a construção de hidrelétricas é um fator crítico no processo de negociação de acões de mitigação relativas ao acesso a bens comuns e serviços. O envolvimento e o apoio de gestores municipais também foram elementos importantes para o fortalecimento da organização social da comunidade. Apesar dos obstáculos e dificuldades, a comunidade persiste em reconstruir os espaços sociais e de convivência comum, buscando assim manter raízes de sua história por meio dos hábitos e costumes praticados na antiga comunidade ribeirinha.