
Tradução intersemiótica ou adaptação: alguns apontamentos
Author(s) -
Hugo Lenes Menezes
Publication year - 2018
Publication title -
revista da anpoll
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1982-7830
pISSN - 1414-7564
DOI - 10.18309/anp.v1i44.1162
Subject(s) - humanities , art
O processo de tradução é inerente à humanidade, a começar pela percepção circundante, através do que os dados da realidade, aportando ao intelecto, são traduzidos em signos, dos quais surgem a comunicação e o raciocínio. Na tradução intersemiótica (nomenclatura de Julio Plaza),ou seja, aquela que se refere a mais de uma semiose(termo de Charles Pierce),estamos diante da transposição de um sistema significante a outro:por exemplo, do sistema literário ao cinematográfico ou ao televisivo, atividade mais conhecida por adaptação. Entendida aqui a tradução tout court como (re)criação, a tradução intersemiótica, ouadaptação,é uma (re)criação de maior ousadia e complexidade, ou uma criação do próprio pelo alheio, como quer Marie HélèneParet Passos, no seu livro Da criação genética à tradução literária: uma interdisciplinaridade (2011). Uma ilustraçãodo fato ocorre com as obras de arte verbal reeditadas mediante outros códigos estéticos, a exemplo de alguns rebentos da ficção seriada oitocentista (o romance-folhetim), como a telenovela, também conhecida como folhetim eletrônico. Assim sendo, no artigo ora apresentado, temos por objetivo fazer uma abordagem da relação entrealgumas criações literáriase a tradução intersemiótica ou adaptação, particularmente no que diz respeito a umescritor do Romantismo brasileiro, Bernardo Guimarães.