<em>A BARCA DOS HOMENS</em>, DE AUTRAN DOURADO: A PERSONIFICAÇÃO DO FEMININO COMO EXPRESSÃO IDENTITÁRIA DA MULHER

O escritor, por meio da linguagem, constrói não apenas a representação do mundo que observa em sua narrativa, mas também denuncia, expõe situações vivenciadas pelos seres humanos. Por meio de suas personagens, ele retrata dilemas da esfera social. Um autor explora embates sociais, focaliza questões conforme a sua perspectiva ideológica. Autran Dourado (1971), em A Barca dos Homens parece ter evidenciado as mulheres. Esta discussão parte da seguinte problemática: as figuras femininas personificadas possuem um grande papel de poder e de liderança no romance? Nesse sentido, este artigo tem como objetivo analisar a constituição identitária dessas personagens femininas, mais especificamente os objetos-personagens personificados, nesse caso, o mar e a Barca Madalena. Além disso, analisa-se como são elevadas à condição humana sendo representadas como mulheres. Dada a importância para este estudo, discorre-se sobre a vida do autor e a obra em análise. Esta investigação tem como suporte teórico o seguinte arcabouço bibliográfico: A teoria que corresponde aos estudos literários compreende os autores, Aristóteles (2001), Autran Dourado (1976), Márcia Gomes (2005) e Juscelino Pernambuco (2010). E para a discussão acerca da identidade, poder e conquistas das mulheres, serão pesquisados Stuart Hall (2006) e Josênia Vieira (2005).