O Descompasso Entre Ensino Híbrido e Digital Divide: Docentes de Ciências da Natureza em Foco

Vivenciamos a era da tecnologia e as novas gerações de estudantes, da pré-escola ao ensino superior compreendem os chamados nativos digitais. Os professores, em geral nascidos antes do advento dessa era, seriam imigrantes digitais. Esses nativos digitais, em sintonia com as profundas mudanças que a era tecnológica têm imprimido nas sociedades, demandam mudanças nos modelos tradicionais de ensino até então vigentes. O ensino híbrido tem surtido como proposta de mediação tecnológica da atualidade para auxiliar no desenvolvimento educacional dos estudantes. Com aportes epistemológicos de Demo (2007) e Xavier (2005), buscou-se conhecer o fenômeno da digital divide e sua problemática como processo de marginalização e iletracia digital. Em outro extremo, Moran (2015), Christensen, Horn e Staker (2013) apresentam o ensino híbrido como uma proposta integradora. Com base em estudo de caso, viabilizado por pesquisa de campo realizada com professores da educação básica do estado de Mato Grosso, foram analisados aspectos como a formação docente em informática, o uso elementar das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) e o uso do laboratório de informática da escola por parte dos professores da área de Ciências da Natureza, com vistas a observar a possibilidade de marginalização digital docente, diante da possível inserção de novos paradigmas didático-pedagógicos tecnológicos nas escolas. Disparidades formativas e diferentes níveis de domínio em tecnologias digitais foram encontrados. Nesse iminente descompasso, os estudantes, ditos nativos digitais, também estariam potencialmente inseridos no contexto da digital divide.