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Rosa e a vida das plantas: a metafísica da mistura no Grande Sertão: Veredas
Author(s) -
Renata Sammer
Publication year - 2018
Publication title -
˜o œeixo e a roda
Language(s) - English
Resource type - Journals
eISSN - 2358-9787
pISSN - 0102-4809
DOI - 10.17851/2358-9787.27.3.103-134
Subject(s) - philosophy , epistemology , humanities
Resumo: O propósito deste artigo é investigar a filosofia da forma na escrita rosiana a partir das referências ao mundo natural encontradas no Grande sertão: veredas. Desse modo, busca-se não apenas iluminar a característica invenção rosiana, mas também descortinar uma metafísica, ou melhor, uma compreensão da metafísica que, em parte, afina-se com a contemporânea “virada ontológica”, que hoje instiga os estudos antropológicos, filosóficos e literários. Como identificado na ficção rosiana, a formulação de metafísicas distintas visa desconstruir a tradicional metafísica da representação de modo mais eficaz do que a crítica “pós-moderna” a ela dirigida. De fato, a variedade das espécies viventes que marca a escrita de Rosa termina por aproximar comparativamente metafísicas, perspectivas que se reúnem ao redor de um núcleo poético comum, “vital e irrepresentável” (ROWLAND, 2011, p. 18). Logo, este artigo privilegia a vida das plantas a fim de ressaltar a forma movente ou, ainda, o informe, que Rosa cultiva como ser da ficção. Como hipótese de trabalho, notamos que a variedade das formas das flores é aproximada do amor, assim compondo uma morfologia, e que a vingança, que conduz à guerra que entrecorta o mato, é o modo como essa cultura das formas moventes constrói sentidos e dá origem a novas formas. Como conclusão, veremos que a metafísica das plantas, tal como trabalhada no Grande sertão, ilumina a proposta filosófica de Rosa e coloca sua obra sob uma nova luz.Palavras-chave: metafísica da mistura; poesia; ontologia; Guimarães Rosa; filosofia da natureza.Abstract: The purpose of the present article is to investigate the philosophy of form in Rosian writing contained in the references to the natural world found in Grande Sertão: Veredas. Thus, we seek not only to illuminate the characteristic Rosian invention, but also to unveil a metaphysics, or rather an understanding of metaphysics which, in part, is tuned to the contemporary “ontological turn,” that presently instigates anthropological, philosophical, and literary studies. As identified in Rosian fiction, the formulation of different metaphysics aims to deconstruct the traditional metaphysics of representation in a more effective way than the “postmodern” critique addressed to it. In fact, the variety of living species that characterizes Rosa’s writings ends up comparatively approaching different metaphysics, perspectives that gather around a common, “vital and unrepresentable” (ROWLAND, 2011, p. 18) core. Thus, the emphasis given to the life of plants in this article seeks to emphasize the moving form or, likewise, what is formless, that Rosa cultivates as the nature of fiction. As a working hypothesis, we note that the variety in the form of flowers is approximated to love, thus composing a morphology, and that revenge, which drives the war that cuts through the bushes, is the way in which this culture of moving forms shapes new meanings and originates new forms. As a conclusion, we will see that the metaphysics of plants, as suggested in Grande Sertão, illuminates Rosa’s philosophical proposal and places his work under a new light.Keywords: metaphysics of mixture; poetry; ontology; Guimarães Rosa; philosophy of nature.

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