
Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre, na Itália: exemplos de escolhas tradutórias extraídos da análise paratextual
Author(s) -
Nicoletta Cherobin
Publication year - 2016
Publication title -
o eixo e a roda
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2358-9787
pISSN - 0102-4809
DOI - 10.17851/2358-9787.25.1.133-156
Subject(s) - humanities , art , philosophy
Este artigo tem como objetivo apresentar exemplos de escolhas tradutórias ligadas a um léxico tipicamente brasileiro evidenciadas a partir da análise de uma seleção de paratextos da versão italiana de Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal (1933), de Gilberto Freyre, publicada com o título Padroni e schiavi e traduzida por Alberto Pescetto, em 1965, pela editora Einaudi. Para atingir este objetivo e embasar teoricamente este artigo, utilizaram-se contribuições de teóricos dos Estudos da Tradução (TOROP, 2010; BAKER, 1998; VENUTI, 1999; GENTZLER, 1998), mas sobretudo dos estudos paratextuais (GENETTE, 1989; YUSTE FRIAS, 2010; TORRES, 2011). A análise de alguns paratextos selecionados (representados pela capa, os prefácios e o glossário) proporcionou a apresentação da ligação entre as traduções produzidas, da mesma obra, em diversos contextos culturais e geográficos: o estadunidense, o francês e o italiano. De fato, a produção de Padroni e schiavi conta com a contribuição dos intelectuais franceses da École des Annales [Escola dos Anais] e, indiretamente, do brasilianista Samuel Putnam, responsável pela tradução estadunidense usada como referência para a tradução francesa e, em seguida, a italiana. Como conclusão foi possível evidenciar também algumas caraterísticas meramente distintivas deste último contexto histórico e cultural de recepção.