z-logo
open-access-imgOpen Access
O anjo e a besta: a antropologia pascaliana no laboratório de Machado de Assis
Author(s) -
Alex Lara Martins
Publication year - 2019
Publication title -
aletria
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-2096
pISSN - 1679-3749
DOI - 10.17851/2317-2096.29.4.65-82
Subject(s) - humanities , art , philosophy
A ficção de Machado de Assis coloca em disputa a metáfora antropológica utilizada pelo filósofo Blaise Pascal para descrever a natureza ambígua do ser humano. Neste artigo, revela-se o processo que levou Machado a apropriar-se da antropologia pascaliana. O recorte deste processo incide sobre o conjunto de crônicas “Notas Semanais”, escrito em 1878. Machado antecipa alguns pressupostos do que conhecemos por literatura fantástica, dando vida a seres inertes, compilando uma espécie de bestiário, descrevendo espetáculos com animais fabulosos e monstruosidades humanas. O leitor e a plateia, que se divertem e contemplam o espetáculo, se rebaixam e se transformam, igualmente, em bestas. Saiba-se que a falência do projeto romanesco de caracteres e a recusa das doutrinas literárias realistas são alguns dos motivos que forçaram Machado a reinventar a forma narrativa. Do mesmo modo, os pressupostos da antropologia pascaliana são redirecionados para uma investigação cética, e até grotesca, da realidade.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here