S'eloigner (et sortir) de Malbork: topographies de l'imagination moderne

Résumé: Cet article propose une lecture de la topographie de l’imagination de la modernité littéraire. Le paysage est écriture et forme linguistique qui déclare l’impossibilité d’une réponse à l’inquiétude existentielle. Santa María (Onetti), Zembla (Nabokov) et Yoknapatawpha (Faulkner) ne sont que des représentations allégoriques des utopies comme chemin mélancolique. Autre lieu paradigmatique, Macondo (García Márquez) se caractérise comme étant l’espace de l’énonciation d’une histoire mythique et l’espace métalittéraire de l’invention. Toutefois, c’est dans le voyage imaginaire proposé par Calvino qu’on peut percevoir, à l’improviste, dans sa charge exceptionnelle de lecture cognitive, dans sa réelle “immédiateté”, que, même imaginaire, le voyage de Marco Polo dans les Villes invisibles est reconnu comme voyage personnel, une éventualité “positive”, un itinéraire “possible” vers une vraie connaissance de soi.Mots-clés: paysage; voyage; allégorie; Calvino.Resumo: O presente artigo propõe uma leitura da topografia da imaginação da modernidade literária. A paisagem é escrita e forma lingüística que declara a impossibilidade de uma resposta à inquietude existencial. Santa María (Onetti), Zembla (Nabokov) e Yoknapatawpha (Faulkner) constituem representações alegóricas das utopias enquanto caminho melancólico. Outro lugar paradigmático, Macondo (García Márquez) se caracteriza como sendo o espaço da enunciação de uma história mítica e o espaço metaliterário da invenção. Contudo, é na viagem imaginária proposta por Calvino que se pode perceber, graças à sua carga excepcional de leitura cognitiva, em sua “imediatez” real, que, embora imaginária, a viagem de Marco Polo nas Cidades invisíveis é uma viagem pessoal, uma “eventualidade” positiva, um itinerário possível para um autêntico conhecimento do eu.Palavras-chave: paisagem; viagem; alegoria; Calvino.