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Quando a escritura se quebra nas ondas
Author(s) -
Cleonice Paes Barreto Mourão
Publication year - 2005
Publication title -
aletria
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-2096
pISSN - 1679-3749
DOI - 10.17851/2317-2096.12.0.130-142
Subject(s) - humanities , geology , art
Desviando-se da estrutura tradicional do romance, Virginia Woolf, em As ondas, põe em cena seis vozes cujas falas executam um movimento contínuo de retração e distenção – movimento das ondas. As falas não estabelecem diálogo, apenas se tocam para um novo relance, revivem o passado contraído no presente e no futuro, cada uma delas marcada por pontos de intensidade, revivências que se repetem por não poderem ser substituídas. O cenário onde se desenrolam as falas é construído por uma narradora que limita o tempo aopercurso de um dia, sempre à beira-mar. Metáfora maior da escritura, o mar se derrama sobre as falas e aí produz um efeito de liquefação: desmancham-se os vetores do tempo, do espaço e das situações, para deixar na superfície a profusão de palavras que sobrenadam os acontecimentos revivenciados.

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