
Aracnologias - As tecituras de Penélope
Author(s) -
Cristina Stevens
Publication year - 2009
Publication title -
aletria
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-2096
pISSN - 1679-3749
DOI - 10.17851/2317-2096...97-108
Subject(s) - art , humanities , art history
Resumo: Análise da personagem Penélope, de Homero, e a transformação ousada de Joyce dessa representação clássica da fidelidade feminina em Molly Bloom, a esposa infiel, sexualizada, trivial, lírica. Essas duas personagens são comparadas com sua mais recente recriação em The Penelopiad (2005), da escritora canadense Margaret Atwood. Uma importante categoria analítica dos estudos feministas e de gênero, a questão da voz é enfatizada na presente análise; essa personagem feminina é objeto da narrativa masculina (A Odisseia e Ulisses), mas no romance de Atwood essa personagem é sujeito de sua narrativa, elaborando uma tecitura “penelopeana” transgressora da versão clássica. Focalizaremos também o poder do silêncio na narrativa de autoria feminina, através do monólogo interior de Molly e da voz que fala do mundo dos mortos em The Penelopiad. Os conceitos de “abjeto” e “linguagem semiótica” de Kristeva são base para nosso trabalho, o qual problematiza a aparente imagem de passividade dessas mulheres que buscam o controle sobre suas vidas.Palavras-Chave: literaturas em língua inglesa; gênero; psicanálise.Abstract: Analysis of Homer’s Penelope and Joyce’s daring transformation of the classical personification of woman’s quintessential loyal wife into the unfaithful, earthly, sexualized, trivial, lyrical, Molly Bloom. These two characters will be compared with a more contemporary recreation: Margaret Atwood’s, in the novel The Penelopiad (2005). An important category for feminist and gender studies, voice/voicelessness is emphasized in our analysis; this female character, is both object of male-authored fiction (The Odyssey and Ulysses), and subject of the (un)weaving of a transgressive Penelopean “textile” (The Penelopiad). We also focus on the empowerment of “silence” in female narrative, through Molly´s interior monologue and Atwood’s Penelope, who speaks from the underworld. Kristeva’s concepts of the “abject” and “semiotic language” inform our analysis, which counters the image of passivity of these apparently mute women, who nevertheless retain control over their lives.Keywords: Literatures in English; gender; psychoanalysis.