
Luciano y las lenguas
Author(s) -
Francesca Mestre
Publication year - 2013
Publication title -
nuntius antiquus
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2179-7064
pISSN - 1983-3636
DOI - 10.17851/1983-3636.9.1.59-90
Subject(s) - humanities , philosophy , art
A leitura da obra de Luciano mostra a preocupação pelo uso correto da língua. Mas de que língua? O ático, responder-se-ia quase que automaticamente. Na verdade, Luciano é um exemplo de aticismo e, portanto, o uso adequado desse ático antigo, de prestígio e de bom tom, que os homens da segunda sofística usam como um traço que os caracteriza, é, para ele, obviamente, uma das suas principais preocupações. De origem síria, semita e, portanto, de língua aramaica, sua formação foi em grego e na cultura grega. Luciano parece estar muito preocupado com a pureza da língua, ele quer uma língua pura, mas sem exageros e sem artificialidade excessiva. Pureza ática da linguagem que, contudo, não o impede de considerar outros dialetos gregos, como o jônico, por exemplo, em algumas de suas obras. Por outro lado, é bom lembrar o contexto bilíngue (greco-latino) em que Luciano se move, especialmente considerando os pontos de contato entre ele e o mundo romano. O meu objetivo neste artigo é abordar alguns desses aspectos marcantes do uso da língua em Luciano, não só do ponto de vista do uso estritamente linguístico da língua grega, como também a partir de um ponto de vista sociolinguístico: Luciano tem uma ideia do grego que vai além da língua grega, expressando antes uma maneira de compreender o mundo. Luciano é um caso único: a sua análise da língua constitui uma visão particular de seu pensamento e da sua posição no mundo em que vive.