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A angústia em Andreiev e Dostoiévski: duas experiências opostas
Author(s) -
Rodrigo do Prado Bittencourt
Publication year - 2020
Publication title -
em tese
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1982-0739
pISSN - 1415-594X
DOI - 10.17851/1982-0739.26.1.140-151
Subject(s) - humanities , romance , philosophy , art , literature
Este artigo analisa comparativamente duas obras da Literatura Russa. Trata-se do romance O Eterno Marido (Vechnyj muzh - Вечный муж), de 1870, de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), e da novela Os Sete Enforcados (Рассказ о семи повешенных), de 1908, de Leonid Andreiev (1871-1919). Estas duas obras trabalham o tema da angústia. São angústias opostas, porém. A angústia de  Veltchaninov, personagem principal da obra de Dostoiévski, está ligada à fatuidade de um homem ocioso, bem educado, sem família e longe dos amigos. Ele não tem vínculos sociais ou atividades a exercer, daí provém sua “hipocondria”. Sua situação agrava-se com a chegada de um inimigo disposto a perturbar sua paz. A novela de Andreiev, no entanto, apresenta uma angústia existencial, ligada à condenação à morte e ao medo de que esta morte seja em vão. Texto experimental, inovador e ousado, esta obra analisa ontologicamente a questão da vida e de seu fim. É uma angústia essencialmente humana, enquanto a retratada por Dostoiévski em seu romance é verdadeiramente civilizacional e histórica, pois tem como uma de suas causas principais a influência da condição social de Veltchaninov sobre seu temperamento.

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