POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE MICRORGANISMOS DO SOLO NA OLIVICULTURA DO BRASIL: UMA REVISÃO

A olivicultura foi introduzida no Brasil por volta do século XIX, em algumas regiões com condições ambientais propícias, como Sul e Sudeste. Porém, o cultivo não prosperou por falta de estudos relacionados às exigências de solo, clima e outros fatores que afetam diretamente a produtividade desta cultura. Assim, pela baixa produção comercial, o país necessita importar todo azeite de oliva e azeitona de países tradicionalmente produtores. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre os trabalhos que abordam desenvolvimento e produção de oliveiras, com enfoque no Brasil, enfatizando aqueles que envolvem aspectos relacionados às interações com microrganismos, como fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e rizobactérias, grupos esses de reconhecido efeito no crescimento e desenvolvimento de plantas. Verificou-se que vários estudos têm sido realizados no exterior abordando FMAs e rizobactérias em oliveiras, com resultados expressivos no que se referem ao crescimento e desenvolvimento de plantas coinoculadas, além de melhorias de resistência a metais pesados e fitopatógenos, tanto em condições de viveiro quanto em campo. No entanto, no Brasil, apesar de grande potencial de cultivo de oliveira, principalmente em função de sua extensão territorial e riqueza climática e biológica, poucos estudos têm sido conduzidos abordando essas relações microbiológicas, o que podem dificultar o entendimento e o crescimento da olivicultura no país.