
Aspectos fisiopatológicos do COVID-19 e uso de ventilação não invasiva. É possível?
Author(s) -
Jaqueline Aparecida Almeida Spadari,
Giulliano Gardenghi
Publication year - 2020
Publication title -
revista de pesquisa em fisioterapia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2238-2704
DOI - 10.17267/2238-2704rpf.v10i3.3036
Subject(s) - cochrane library , covid-19 , medicine , humanities , philosophy , confidence interval , disease , infectious disease (medical specialty)
Introdução: Em junho de 2020, os casos de coronavírus (COVID-19) já ultrapassam sete milhões pelo mundo. Planos estratégicos de assistência têm abordado condutas variáveis conforme o avançar dos estudos, inclusive sobre a aplicação ainda questionável da ventilação mecânica não invasiva (VNI) nessa população, devido à dispersão de aerossóis e contaminação do ambiente e da equipe. Objetivo: Elucidar dúvidas a respeito da transmissão do vírus, das formas de precaução e o quanto esses fatores podem ou não influenciar na aplicação da VNI nesses casos específicos. Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico, de 2006 à 2020, nas bases de dados Google, MedLine (National Library of Medicine), PubMed e The Cochrane Library, utilizando os seguintes termos para pesquisa: coronavírus, ventilação mecânica não invasiva, ventilação mecânica invasiva, COVID-19, transmissão, aerossóis, fisiopatologia. Resultados: Foram selecionados 33 artigos pertinentes para realização desta pesquisa. Em comum, identificam-se as seguintes variáveis limitantes: medo de contaminação da equipe, hipoxemia severa de demorada reversão e o risco de postergar a intubação, cujo desfecho será o aumento da mortalidade na população. Quanto aos benefícios documentados: o uso da VNI pode promover melhora da oxigenação e da saturação periférica de oxigênio, diminuição do trabalho respiratório, redução significativa da mortalidade quando aplicada com os critérios de segurança, da maneira apropriada e monitorização contínua. Conclusão: A VNI não precisa ser uma restrição absoluta de tratamento. Quando utilizada com responsabilidade, acompanhamento contínuo criterioso e sem postergar a indicação de intubação orotraqueal, tem apresentado bons resultados clínicos, principalmente em um cenário de recursos limitados.