
Perfusão cerebral retrógrada é método eficaz de proteção cerebral?: resultados imediatos de estudo consecutivo e randomizado
Author(s) -
R D Fontes,
Noedir A. G Stolf,
Charles Mady,
Luíz Francisco Rodrigues de Ávila,
Renata S. D'élia,
Cinthia Parras,
Ricardo V. dos Santos,
Adib Jatene
Publication year - 1999
Publication title -
brazilian journal of cardiovascular surgery
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.324
H-Index - 26
eISSN - 1678-9741
pISSN - 0102-7638
DOI - 10.1590/s0102-76381999000100003
Subject(s) - medicine , gynecology , cardiology
Foram estudados 30 pacientes com diagnóstico de aneurisma ou dissecção de aorta tratados cirurgicamente. O método utilizado consistiu: uso de hipotermia profunda, parada circulatória total, infusão de 0,20 mg/Kg de peso de dexametasona intravenosa e 10 mg/Kg/peso de thiopental, colocação dos pacientes em Trendelemburg a 45 graus durante o período de parada respiratória. Os 30 pacientes foram operados consecutivamente e randomizados em 2 grupos. Grupo I constituído de 15 pacientes, nos quais foi utilizada a perfusão cerebral retrógrada (PCR) através da veia cava superior e Grupo II também com 15 pacientes nos quais não foi utilizada PCR. Onze (36,7%) pacientes tinham aneurisma da aorta ascendente e arco aórtico, 7 (23,3%) tinham dissecção aguda da aorta do tipo I, 6 (20%) com dissecção crônica da aorta ascendente e os 6 (20%) restantes outros diagnósticos não agrupáveis. Foi realizada análise das seguintes variáveis independentes para mortalidade: idade, sexo, tempo de circulação extracorpórea, tempo de parada circulatória, diagnóstico, complicações prévias, comparando os dois grupos. A mortalidade imediata do Grupo I foi de 4/15 (insuficiência respiratória) 26,6% e no Grupo II 3/15 (coma) 20,0% - p =1,00. A incidência de complicações neurológicas no Grupo I foi 3/15 (20,0%) e no Grupo II, 2/15 (13,3%) p = 1,000. A análise estatística utilizando o teste exato de Fisher não demonstrou diferença entre os dois grupos com relação à mortalidade imediata e complicações neurológicas. As causas de óbito foram: insuficiência respiratória em 4 pacientes, alteração neurológica, hiperpotassemia e infarto do miocárdio, respectivamente nos 3 últimos. No presente trabalho, concluímos que a associação de PCR não oferece proteção cerebral mais eficaz que a parada circulatória total associada à hipotermia profunda, para o tempo de isquemia utilizado. Thirty patients with diagnosis of aortic aneurysm or dissection were submitted to surgery and randomized into two groups. Group I, consisting of 15 patients underwent retrograde cerebral perfusion (RCP) and Group II, also with 15 patients in which the RCP was not utilized. Eleven (36.7%) patients had ascending aorta aneurysm and aortic arch, 7 (23.3%) had acute aortic dissection type I, 6 (20%) suffered from chronic dissection of the ascending aorta and the remaining 6(20%) had other ungroupable diagnosis. The following independent variables were analyzed in the two groups: age, sex, extra-corporeal time span, duration of circulatory arrest, diagnosis and previous complications. Immediate mortality in Group I was 4/15 (26.6%) and in Group II 3/15 (20.0%) p = 1.00. The rate of neurological complications in Group I was 3/15 (20%) and in Group II, 2/15 (13.3%) p = 1.000. Causes of death were: respiratory insufficiency in 4 patients, neurological changes, hyperpotassemia and myocardial infarct, respectivelly in the last three. In this study, we concluded that the association of RCP does not provide more effective cerebral protection than circulatory arrest with deep hypothermia for the ischemic period studied