
As “artes da memória'' em Michel de Certeau
Author(s) -
Eduardo Gusmão de Quadros
Publication year - 2022
Publication title -
história da historiografia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.207
H-Index - 5
ISSN - 1983-9928
DOI - 10.15848/hh.v15i38.1782
Subject(s) - humanities , philosophy , art
No campo da pesquisa histórica, Michel de Certeau tornou-se conhecido pelo trabalho da década de 1970 “A operação historiográfica”, que foi inserido na obra A escrita da História. A abordagem original que dera ao tema serviu de plataforma para várias investigações posteriores. Entretanto, a relação tensa inserida entre o conhecimento do passado e as “artes” da memória não receberam a devida atenção nos estudos históricos ou culturais. Esse é o objetivo deste artigo, buscando aprofundar as intuições postas acerca da temporalidade, do ato de lembrar e seu potencial de inconformidade. O intuito é apresentar hermeneuticamente a parte dedicada ao problema na obra A invenção do cotidiano: artes de fazer, publicada na França em 1980. Observa-se na reflexão, um distanciamento entre memória e historiografia, não apenas devido às capacidades e as características típicas da escritura, mas principalmente captado sob a influência da filosofia pragmática e da abordagem bioenergética da lembrança. As tensões apontadas pelo autor permaneceram pouco exploradas, posteriormente, na Teoria da História.