
Autoridade religiosa, diversidade e o princípio pluralista
Author(s) -
Cláudio de Oliveira Ribeiro
Publication year - 2021
Publication title -
estudos de religião
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-1078
pISSN - 0103-801X
DOI - 10.15603/2176-1078/er.v35n3p189-215
Subject(s) - context (archaeology) , humanities , sociology , philosophy , geography , archaeology
O texto apresenta resultados de pesquisa sobre a diversidade no campo religioso brasileiro, analisada sob o princípio pluralista, e como ela incide no debate acerca do exercício da autoridade religiosa. Metodologicamente, os olhares a respeito das experiências religiosas priorizaram interpretá-las a partir dos entrelugares e fronteiras das culturas, dos espaços interstícios e não institucionais de poder e das possibilidades de visibilidade e empoderamento dos grupos subalternos. Com isso, foi possível realçar as formas pelas quais o poder é exercido internamente nos distintos contextos religiosos, considerando as diversas contradições e ambiguidades que possuem. Entre os resultados da pesquisa, estão descrições sobre o quadro do pluralismo religioso brasileiro, com destaque para a visão diversificada sobre autoridade religiosa, levando em conta o contexto plural da sociedade e a diversidade interna das expressões religiosas. Nesse quadro se destacam variados processos de reconfiguração do quadro religioso brasileiro, como o deslocamento do religioso para esferas culturais, o primado das experiências sensoriais no campo religioso, as variações que a diversidade sexual e de gênero trazem para o campo de cada expressão religiosa e as formas de fundamentalismos, ecumenismos, trânsitos e múltiplas participações religiosas. A pesquisa abordou também as fontes que conferem legitimidade à autoridade religiosa, possibilitando o exercício da liderança e da representação: (i) o conhecimento formal ou informal do texto sagrado (no caso das religiões que o possuem); (ii) as formas de sapiência acumuladas no conjunto das experiências de vida; (iii) o carisma que determinadas pessoas ou grupos cultivam e que reforça a capacidade de articulação e mobilização coletiva ou na gerência da vida comunitária ou institucional; e (iv) o status socioeconômico e cultural conferido pelas próprias comunidades ou instituições religiosas ou ainda por setores externos a elas.