
Representações e identidades juvenis na sociedade atual: padronizações e estereótipos
Author(s) -
Crislaine Pereira de Lima,
Cristina Satiê de Oliveira Pátaro,
Adriana Delmira Mendes Polato
Publication year - 2021
Publication title -
educação and linguagem
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-1043
pISSN - 1415-9902
DOI - 10.15603/2176-1043/el.v24n1p105-124
Subject(s) - humanities , philosophy , sociology
presente texto aborda o conceito plural das juventudes, seus papéis e vozes sociais na modernidade, bem como as imbricações entre os elementos que participam da constituição desses sujeitos,tais como relações sociais, cultura, lazer, educação, considerando os princípios de instrução e formação cidadã, condições econômicas, trajetória, identidades e protagonismos. A partir de uma abordagem interdisciplinar, que coaduna interpretações da sociologia, da antropologia, da filosofia e do dialogismo do círculo russo de Bakhtin, nosso objetivo consiste em analisar um artigo intitulado “Os jovens nem-nem” publicado na revista “Isto é” online, que mobiliza um discurso sobre os jovens que não estudam e também não trabalham. Na análise do enunciado, buscamos compreender como ele reflete e refrata valorações próprias de partidas ideológicas que buscam analisar o papel social do jovem a partir de uma interpretação de base socioeconômica. Os conceitos de signo ideológico, ideologia, vozes sociais e consciência socioideológica são mobilizados na análise, na medida em que entendemos que o enunciado é constituído por valorações que sustentam relações sociais, interpretações de mundo e das vivências sempre a partir de posicionamentos ideológicos. Como resultado, apresentamos a importância do dialogismo na análise dos discursos que ecoam perspectivas sócio-históricas, culturais e ideológicas sobre a temática das juventudes, a destacar como fundamental a presença de vozes sociais e valores que servem a representações refratárias, ou à multiplicidade de identidades e trajetórias dos jovens, de modo a clarificar como os discursos constituem e ao mesmo tempo são constituídos pelas relações sociais, sendo sua interpretação subsidiária de prospecções e rupturas de ordens instaladas.