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Companhias incômodas para Javé? Deusas no mundo do antigo Israel e arredores
Author(s) -
Christoph Uehlinger
Publication year - 2019
Publication title -
mandrágora
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-0985
pISSN - 1517-0241
DOI - 10.15603/2176-0985/mandragora.v25n1p5-31
Subject(s) - philosophy
O artigo oferece uma visão panorâmica das deusas atestadas no Sul do Levante, que está dentro do horizonte cultural da(s) antiga(s) religião(ões) israelita(s) e judaíta(s). Sua principal premissa é que antigos deuses e deusas refletem funções socialmente significativas, e que eles e elas foram concebidos e concebidas tanto em modelos sociomórficos quanto antropomórficos. Enquanto os modelos anteriores amplamente baseados nos registros bíblicos enfatizavam a excepcionalidade do deus de Israel, pesquisas mais recentes realocaram Javé dentro do contexto mais amplo das antigas sociedades e das tendências religiosas do Levante meridional. A evidência epigráfica e visual atualmente disponível aponta para a veneração de uma deusa Aserá ao lado de Javé, a principal divindade masculina no antigo (pré-exílico) Israel e Judá. Durante a segunda metade do primeiro milênio aEC, vários grupos de elite levaram Javé à uma postura cada vez mais hostil contra (sua) Aserá e outras deusas, um processo que deveria ser explicado pelos historia­dores em termos estritamente sócio-históricos. Isso resultou em várias visões exclusivistas, parciais e, muitas vezes, unilaterais da divindade, não apenas no que diz respeito a questões de gênero. Visões que depois judaísmo, cristianismo e islã foram frequentemente pressionados a compensar e que influenciaram profundamente a maneira como “Deus” é concebido e figurado no imaginário ocidental até hoje.

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