z-logo
open-access-imgOpen Access
Comunicação e direito à cidade: o fazer comunidade no movimento de moradia Anchieta
Author(s) -
Tatiana Duarte Penna,
Jorge Miklos
Publication year - 2019
Publication title -
comunicação and sociedade
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-7755
pISSN - 0101-2657
DOI - 10.15603/2175-7755/cs.v41n3p5-28
Subject(s) - humanities , political science , art
A questão do déficit habitacional na cidade de São Paulo apresenta um problema de longa escala. Seguidamente eclodem mobilizações de grupos sem moradia que se organizam para reivindicar junto ao poder público o direito à moradia e obterem um teto para morar.  Como estratégia de luta esses grupos ocupam as ruas da cidade, no intento de dar visibilidade à causa lutando contra a criminalização e a invisibilidade. O objetivo do estudo é compreender a ação comunicativa e organizativa nos movimentos sociais e culturais e suas práticas de resistência e transformação das culturas frente à hegemonia comunicativa.  Para este estudo, foi selecionado o Movimento de Moradia Anchieta e suas ações comunicacionais. Os autores, durante os meses de agosto e setembro de 2016 realizaram um trabalho de cadastramento dos ocupantes da área invadida,  que pertence ao Instituto Anchieta Grajaú[1]. Ao longo desse processo de trabalho foram identificados 890 barracos, utilizados como moradias ocupadas por pouco mais de 2.800 pessoas. Para investigar a questão percorremos dois momentos metodológicos: o primeiro passo foi pautado pelo embasamento teórico a respeito do Direito à Cidade, Protestos,  Movimentos Sociais, Vínculos e Comunidades a partir dos estudos de Castells (2013); Harvey (2014); Santos (2009); Pross (1997) Paiva (2003) e Hillman (1993). O segundo passo da investigação consistiu na análise das narrativas verbais dos representantes do Movimento de Moradia Anchieta, buscando apreender como suas particulares motivações, que, reunidas, foram capazes de comungar uma rede, um grupo social atuante que manifesta uma reação de contrapoder expressa na capacidade dos atores sociais desafiarem o poder embutido nas instituições da sociedade com o objetivo de reivindicar a representação de seus próprios valores e interesses. Nos relatos dos ocupantes foi possível sentir as significâncias individuais que traduziram as motivações incutidas no desejo e necessidade de fazer-se comunidade.[1] Fundado e juridicamente constituído em 28 de maio de 1994, têm como missão promover o desenvolvimento humano e local no Grajaú, zona sul de São Paulo, por meio da Educação, do Desenvolvimento Comunitário e da Integração Socioambiental. Localizado em uma área verde de 220 mil m² no Distrito do Grajaú, o IAG atua com famílias em situação de vulnerabilidade social, com infraestrutura de educação, desenvolvimento, meio ambiente, profissionalização, contribuindo para o acesso a manifestações variadas da cultura. (MADEIRA, 2014, p. 45) 

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here