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Tecnologia e novos agentes da mudança social: “Os movimentos sociais de hoje comunicam muito e sabem como gerenciar emoções”
Author(s) -
Amanda Patrícia Pimentel de Miranda
Publication year - 2017
Publication title -
comunicação and sociedade
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-7755
pISSN - 0101-2657
DOI - 10.15603/2175-7755/cs.v39n3p245-268
Subject(s) - humanities , sociology , philosophy
Com passagens e pesquisas em universidades ao redor do mundo – como na América Latina e na África, o professor Thomas Tufte, natural da Dinamarca, mas estabelecido na Inglaterra, traz a análise de experiências recentes em comunicação e mudança social no seu novo livro, intitulado “Communication and Social Change: a Citizen Perspective”, publicado pela Polity, sem tradução em Português. Em comum entre estas experiências está o fato de serem orquestradas por novos agentes – os movimentos sociais e os usos que eles fazem das tecnologias para comunicar, informar e produzir conhecimento. Nessa entrevista, realizada na cidade de Leicester, Inglaterra, em setembro de 2017, Tufte resume alguns dos principais conceitos dispersos na obra, conectada ao pensamento de estudiosos latinos, cuja tradição, segundo ele, é baseada na comunicação participativa, e não no modelo norte-americano, mais funcionalista. Entre tais conceitos, Tufte destaca o de Cibercultur@, proposta pelo mexicano Jorge Alejandro Gonzalez como uma forma de enfrentar a comunicação enquanto prática transformadora – a ser realizada “de baixo para cima”, enfatizando os sistemas de informação, as praticas de comunicação e a produção de conhecimento que surge em pequenas e grandes comunidades. Tufte também fala sobre movimentos sociais que emergem com novas experiências comunicativas, provocada pela ascensão e popularização das novas tecnologias, e lembra que os espaços institucionalizados têm muito a aprender com esses movimentos, tanto na gestão da tecnologia, como na gestão das emoções – um outro componente reconhecidamente “em jogo” nos processos de mudança. Com pesquisas relacionadas ao Brasil já publicadas, o professor também propõe alguns eixos reflexivos acerca de fenômenos sociais recentes no país, como as jornadas de junho de 2013 e a chegada de novos grupos sociais conservadores – que, repete ele, não são o foco dos seus estudos, cuja abordagem para novos fenômenos e práticas é mais otimista, embora consciente de que a crise de representação vivenciada no mundo também é uma crise de comunicação. Thomas Tufte é atualmente diretor de pesquisa da University of Leicester, além de ser fundador do Orecomm, Centro para a Comunicação e Mudança Glocal.  O Professor também atua como Senior Research Associate na University de Johannesburg, na África do Sul, e dirige o projeto internacional intitulado “Critical Perspectives on New Media and Processes of Social Change in the Global South”, com foco no Quênia.

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