Missionação e prática evangelizadora da companhia de Jesus na América Portuguesa

A partir do séculos XVI, as Ordens religiosas tornaram-se fundamentais para a colonização ibérica e na construção do Império expansionista. A Companhia de Jesus foi uma das Ordens religiosas que, em seu intuito catequético e sua prática missionária, desenvolveu estratégias de conversão. Algumas obras dos padres jesuítas contribuiram para inserir o indígena nesta lógica teológica de conversão, transformando-o num sujeito que devia ser guiado pelos padres católicos à fé cristã. A missionação constituiu, assim, um dos vetores principais de atuação da Ordem inaciana, bem como a educação e a fundação de colégios. Os jesuítas tornaram-se tradutores da América Portuguesa, através de uma vasta documentação epistolográfica, constituindo-se também como intermediários representacionais e depois transacionais (METCALF, 2009). O estudo das diversas formas textuais produzidas pelos missionários jesuítas devem se situar num campo conceitual que permite a análise de seus dispositivos discursivos a partir de sua dimensão política, ética e teológica. A proposta deste artigo é analisar de que forma a missionação e a prática evangelizadora da Companhia de Jesus, na América Portuguesa, se tornou uma parte fundamental e indissociável do Império expansionista português.