Mulheres migrantes e trabalho doméstico no Brasil e no mundo

A migração é um antigo fenômeno na história da humanidade. Hodiernamente, não se pode prescindir, na análise de tal fenômeno, de sua leitura a partir do recorte de gênero. Perceber o papel protagonista da mulher no seu processo de migração é fundamental para pensar o seu deslocamento, opcional ou forçado, em busca de manutenção da própria sobrevivência e/ou a dos seus dependentes. Nesse sentido, o gênero e a qualificação da mulher migrante serão decisivos para a determinação do posto de trabalho a ser ocupado no local do destino e as atividades a serem desenvolvidas. Tal definição é oriunda de uma divisão internacional sexual do trabalho, fundada no patriarcalismo. Às mulheres com pouca ou nenhuma formação, geralmente, são destinados os trabalhos do cuidado, em especial, o serviço doméstico. Assim, o presente artigo, a partir da análise do fenômeno migratório feminino, do trabalho doméstico no Brasil e no mundo e dos efeitos do trabalho doméstico sobre a subjetividade da empregada doméstica,  discorre sobre o trabalho doméstico exercido pela mulher migrante no Brasil e no mundo, evidenciando a desigualdade de gênero e fomentando a necessidade de realização de medidas que fomentem a igualdade no mundo do trabalho, tanto na perspectiva interna do país, quanto no aspecto internacional; tendo em vista o mundo globalizado e o fenômeno migratório contemporâneo.