
A pobreza na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora à Luz de Enrique Dussel e Paulo Freire
Author(s) -
Mírian de Medeiros
Publication year - 2019
Publication title -
comunicações
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2238-121X
pISSN - 0104-8481
DOI - 10.15600/2238-121x/comunicacoes.v26n1p217-239
Subject(s) - humanities , philosophy
Este artigo busca refletir sobre qual o sentido da pobreza, um dos pilares da vida religiosa católica, na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS). A reflexão se faz a partir de Enrique Dussel, Paulo Freire e José M. Castillo. Os primeiros monges, por não aceitarem as “facilidades” da ordem social em que viviam, fugiram dela e optaram por viver na pobreza. Para Dussel, a América Latina foi “encoberta” e “inventada” à imagem da Europa, causando a opressão dos povos latinos até os dias de hoje. A alternativa para ele é uma práxis libertadora, apontando o profeta, o pobre de Iahweh, como aquele que luta pela destotalização do Sistema. Dussel vê a História como “lugar teológico”, apresentando Jesus de Nazaré como a irrupção de Deus na história humana, e cuja vida se perfila aos pobres do mundo frente ao Sistema. A proposta freireana é também de práxis. Ela é luta contra a Totalização do Sistema pela educação que leva à conscientização, à reflexão e à crítica da realidade, denunciando opressões e injustiças. O profeta em ambos os autores busca frear as engrenagens que negam a pessoa viver sua condição ontológica. Os primeiros monges fugiram do Sistema. Para Dussel e Freire, precisa algo mais: negar-se a alimentá-lo como forma de oposição radical.