Civilizar o campo: educação, saúde e iniciação profissional nos cursos de alfabetização da Professora Zilma Coelho Pinto, no Estado do Espírito Santo (1947-1963)

O presente estudo apresenta a história de vida da professora Zilma Coelho Pinto e do seu planejamento pedagógico em favor da alfabetização, assistência social e profissionalização, durante a primeira Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), criada pelo Ministério da Educação e Saúde, no Brasil. Nos diversos textos da CEAA produzidos pelo Setor de Orientação Pedagógica do Serviço de Adultos do Ministério, destinados às Secretarias de Educação dos diversos Estados, aos professores, aos voluntários e também aos jovens e adultos alunos da Campanha, a educação foi apresentada, como a alavanca capaz de edificar uma nova sociedade, em tempos de redemocratização na década de 1940. E a alfabetização passou a ser identificada como um campo de ação da organização sanitária moderna por meio de um “ethos” de civilidade, agora na área de educação de jovens e adultos. Desse modo, foi possível encontrar uma noção bem particular de “civilização” tomada pela CEAA e pelas professoras voluntárias, no caso específico da professora Zilma, para atender aos pobres e analfabetos de seu município. Para isso, recorremos ao conceito de Processo Civilizador de Norbert Elias (1993, 1994, 1997) e aos estudos da história da educação brasileira que utilizam esse aporte teórico.