A aceleração do tempo e o declínio da experiência na contemporaneidade

Compreender como as pessoas se relacionam com o tempo na sociedade contemporânea implica uma investigação sobre aspectos históricos, sociais e subjetivos que contribuem, ou não, para uma experiência autêntica nos dias atuais. Para trazer à tona alguns questionamentos sobre a assunto, esta proposta de ensaio foi dividida em três secções. Na primeira, buscaremos identificar como um tempo social tende a provocar novas reconfigurações da experiência, na qual a relação tridimensional entre passado, presente e futuro estaria comprometida pelo afastamento de padrões significativos do passado, que não mais determinam o presente e, consequentemente, obscurecem o futuro. Neste âmbito, o conceito de experiência autêntica apresentado por Walter Benjamin fundamentará a discussão. Na segunda secção será provocado um debate sobre a subtração dos sentidos decorrente do desenvolvimento dos processos comunicativos, com ênfase nos recursos digitais. Para este propósito, a Teoria da Mídia, apresentada por Harry Pross, será articulada à Teoria da tecno-imagem, proposta por Vilém Flusser. Por fim, na terceira secção serão apresentadas reflexões pessoais da experiência cotidiana em consonância com o arcabouço teórico de Hartmut Rosa, representante da Teoria Crítica da Sociedade repensada sob a ótica da temporalidade.