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Bioviolência e gestão dos corpos: um estudo em Giorgio Agamben e Antonio Negri
Author(s) -
Guilherme Primo
Publication year - 2018
Publication title -
intuitio
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1983-4012
DOI - 10.15448/1983-4012.2018.2.31871
Subject(s) - state of exception , philosophy , humanities , politics , political science , law
Nosso trabalho tem por escopo identificar as relações de poder que se afirmam mediante o uso biopolítico da violência, a partir da aproximação conceitual entre dois teóricos do biopoder que, ainda que divergentes em sua apreensão da noção foucaultiana, e cujos projetos ontológicos apontem em direções discordantes, identificam um mesmo momento histórico, ora como paradigma, ora como sintoma de processos latentes: por um lado, Giorgio Agamben procura designar o biopoder a partir do entrecruzamento, no corpo da vida nua (em seus diversos codinomes), entre o jurídico e o político, através da decisão soberana que, atuando num patamar de indefinição, insere a vida em seu dispositivo de exceção mediante uma inclusão exclusiva na ordem jurídica. De outra forma, Antonio Negri observa o estado de exceção como um momento implícito no processo de expansão do capitalismo, no qual o declínio da soberania do Estado-nação materializa, por sua vez, o emergir do Império a partir da união entre categorias jurídicas e valores éticos universais, como os direitos humanos, designando uma supranacionalidade jurídica que encontra no estado de exceção um de seus principais eixos de atuação. Assim, definindo a guerra como uma relação social permanente, ou como um dispositivo de biopoder, empresta-lhe renovada importância, porquanto, fundadora da política, expressa, na construção da imagem do Inimigo (abstrato e indefinido), sua função normalizadora, ativa e constituinte, reguladora e gerenciadora da vida e suas formas. A partir do referencial teórico, pretendemos demonstrar que a violência, operando no terreno da exceção, tanto através de seus aspectos “negativos”, como uma tanatopolítica, quanto como regime de biopoder, administrando e regulando o espaço e as subjetividades, a partir de suas características positivas e constituintes, aparece, então, como um dispositivo de biopoder, ou uma bioviolência, que encontra no medo e na imagem do Inimigo suas principais fontes de legitimação.

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