Violencia política, dictadura militar y memoria. La Argentina de los años setenta y ochenta a partir del Archivo Marshall T. Meyer

O rabino norte-americano Marshall Meyer foi uma figura destacada da comunidade judaica-argentina e um defensor pioneiro dos direitos humanos durante a última ditadura militar (1976-1983). Nos últimos anos, seu arquivo pessoal foi incorporado ao Arquivo de Direitos Humanos da David M. Rubenstein Library, a Biblioteca de Manuscritos e Livros Raros da Universidade de Duke. A partir de seus sermões, discursos, correspondências pessoais e profissionais, escritos, entrevistas e material áudio-visual, este trabalho reconstrói sua trajetória na Argentina, focando especificamente nos anos de radicalização política, na repressão, e nos primeiros anos pós-ditadura. O artigo começa com a chegada de Meyer à Argentina, no ano de 1959, descrevendo sua impressão sobre a sociedade que o recebeu e a relação entre sociedade e judaísmo que buscou imprimir em suas instituições. Logo, se centra em sua percepção em relação ao peronismo, na violência política que caracterizou a primeira metade da década de setenta, no compromisso que assumiu com os direitos humanos na segunda metade e, finalmente, na construção de uma primeira memória, nos anos oitenta, sobre a ditadura que começava a ficar no passado. O caminho assim traçado abre um registro íntimo, individual e em alguns momentos também comunitário, dos anos de violência política, ditadura militar e a transição à democracia.