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Síndrome inflamatória multissistêmica (SIMS) pós-COVID-19
Author(s) -
Henrique Luiz Staub,
Lia Portella Staub
Publication year - 2022
Publication title -
scientia medica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.158
H-Index - 7
eISSN - 1980-6108
pISSN - 1806-5562
DOI - 10.15448/1980-6108.2022.1.42436
Subject(s) - medicine , kawasaki disease , humanities , philosophy , artery
INTRODUÇÃO: A potencial associação da COVID-19 com fenômenos inflamatórios e autoimunes abre um novo capítulo na prática clínica. Entre várias condições inflamatórias descritas no pós-COVID-19, destacam-se a doença de Kawasaki e uma nova afecção denominada síndrome inflamatória multissistêmica.OBJETIVOS: Revisar, de forma prática e concisa, conceito e critérios diagnósticos da síndrome inflamatória multisistêmica, as sobreposições com a doença de Kawasaki, assim como a imunopatogênese e o tratamento desta nova e intrigante enfermidade.MÉTODOS: Revisão da literatura disponível na base de dados Pubmed, com ênfase em revisões sistemáticas com metaanálises.RESULTADOS: A síndrome inflamatória multisistêmica se configura como uma condição hiperinflamatória multiorgânica pós-viral. A condição é primordialmente pediátrica, e os primeiros casos foram descritos na Inglaterra em maio de 2020. Os critérios diagnósticos são ainda imprecisos, e incluem algumas manifestações doença de Kawasaki-símiles. A síndrome inflamatória multisistêmica difere da doença de Kawasaki, entretanto, por geralmente acometer crianças acima cinco anos e de raças negras ou hispânicas; em termos clínicos, se distingue pela alta frequência de gastroenteropatia, miocardiopatia e choque. O diagnóstico diferencial inclui sepse bacteriana, síndrome de ativação macrofágica e formas sistêmicas de artrite reumatoide. Uma hiperexpressão de interferons e de outras citocinas inflamatórias caracteriza patogenicamente a síndrome inflamatória mulsistêmica. A enfermidade é, via de regra, responsiva a cuidados de terapia intensiva, corticóides, imunoglobulina intravenosa e imunobiológicos.CONCLUSÕES: A síndrome inflamatória multisistêmica é uma nova e complexa afecção hiperinflamatória associada à exposição prévia ao SARS-CoV-2. Apresenta instigantes interfaces com a doença de Kawasaki. Apesar da descrição recente, a literatura já é quantitativamente robusta, e algumas pendências de imunopatogênese, critérios diagnósticos e terapêutica deverão ser esclarecidas em breve.

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